Governador explica que um novo pico da pandemia pode acontecer nos próximos dias se o comércio for reaberto. Nesta situação, a rede de saúde pode entrar em colapso.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), anunciou nesta quinta-feira (2), em uma transmissão pela internet, que avalia prorrogar o fechamento do comércio, shoppings e indústrias por mais 15 dias, para conter o avanço do coronavírus no estado. O decreto que determina a suspensão destas atividades vale até sábado (4).
A ideia do governador é estender o fechamento e o isolamento social até o dia 19 deste mês, já que um pico da pandemia do novo vírus pode acontecer nos próximos 15 dias, caso as atividades voltem à normalidade. O novo decreto com regras deve ser publicado na sexta-feira (3), mas com conteúdo ainda desconhecido.
Caiado se reuniu com representantes de indústrias, comércios e escolas durante esta quinta-feira. A preocupação do político se baseia na falta de equipamentos suficientes, como respiradores e equipamentos de proteção individual (EPI), para acolher pessoas infectadas, caso os números cresçam exponencialmente.
Segundo o governador, os hospitais de Goiás não terão condições de atender todos os casos suspeitos e confirmados porque não serão enviados mais os equipamentos prometidos pelo governo federal. Se o estado for reaberto e a crise aumentar, pode-se entrar no chamado “colapso da rede hospitalar”, o que seria “o pior dos mundos”, nas palavras de Caiado.Na transmissão ao vivo, o governador disse que dias difíceis virão, “mas a população não vai passar fome”. Ele espera também a liberação do voucher de R$ 600, vindos do governo federal, para ajudar as famílias inscritas no Bolsa Família.
“Estou avaliando estes 15 dias que estivemos em quarentena, mas com muita cautela para decretar os próximos 15 dias. Se a gente libera dia 4, e resolve depois, quando chegar dia 19 [abril] falar que estourou a curva [crescimento dos casos] e vamos fechar de novo, aí o que vai ocorrer é que os próximos 15 dias, tendo fechado dia 19, não vai adiantar nada porque vou pegar toda essa carga de 15 dias atrás que eu flexibilizei, aí acontece o colapso da rede hospitalar. É o pior dos mundos”, disse Caiado.
Empresariado prefere escalonamento
O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Goiás (Acieg), Rubens Fileti, disse em vídeo ter pedido solicitação de abertura para vários segmentos, com regras para empresários continuarem suas atividades “com responsabilidade”. Segundo Fileti, “o governador não deu muita abertura se ele está disposto a flexibilizar segmentos ou não”.
Os empresários da Região da 44 disseram deixar de arrecadar R$ 350 milhões nesses dias de fechamento. Para evitar mais prejuízos, mandaram proposta ao governador para abrir as lojas aos poucos.
” Pode escalonar a vinda do cliente de compra em dias alternados da semana, de segunda a quinta para não aumentar o fluxo ali. É claro, quando puder fazer isso. Também vamos lavar todas as ruas da região e todos os empreendimentos”, sugeriu o presidente da Associação dos Empresários da 44 (AER44), Jairo Gomes.