Não foi a falta de Neymar e Thiago Silva. Não foi falta de vontade. Foram 26 minutos impiedosos dos alemães.
O Brasil não será hexacampeão em 2014. O Brasil passou uma vergonha inédita, em casa. A derrota na partida decisiva da Copa de 1950 virou apenas uma virada honrosa. O goleiro Barbosa está redimido.
A eliminação diante da Alemanha na semifinal da Copa do Mundo 2014 coloca o dia 8 de julho na história do calendário dos Mundiais de futebol. Em 29 minutos do primeiro tempo, o time de Joachim Löw já havia liquidado a fatura ao abrir uma margem de cinco, sem oferecer a menor chance ao Brasil. O sexto e o sétimo vieram na metade do segundo tempo. O gol de honra brasileiro só saiu aos 44 do segundo tempo
A maior goleada já sofrida pela seleção brasileira em Copas. Foi igualada a maior goleada já sofrida nos 100 anos de seleção brasileira (um 6 x 0 contra o Uruguai em 1920). A Alemanha tratou o Brasil como a Espanha fez com o Taiti na Copa das Confederações, em 2013.
O texto foi publicado aos 20 do segundo tempo, mas a história já está definida. As atualizações foram apenas para os gols marcados.
A seleção de Luiz Felipe Scolari entrou em campo sem Neymar, o camisa 10, contundido nas quartas. Teve Bernard na vaga do craque. A escolha aparentemente ofensiva do treinador mostrou-se um tiro n’água, ao despovoar o meio de campo e facilitar as trocas rápidas de passes dos alemães.
A rapidez na movimentação quando os germânicos gerenciavam a posse de bola perto da grande área brasileira mostrou uma fragilidade da retaguarda canarinho até então desconhecida. Desconcertado, o sistema de marcação parou de funcionar, os buracos aumentaram e aumentaram.
O primeiro gol saiu com 11 minutos de jogo, dos pés do artilheiro Thomas Müller, que marcou seu quinto na competição. O segundo demorou 12 minutos, saindo dos pés de Klose aos 23. O terceiro veio aos 24, com Kroos. O quarto, do mesmo Kroos, aos 26. Aos 29, Khedira fez o quinto. No segundo tempo, aos 24 e aos 34, Schürrle aumentou para 7 x 0.
O gol de honra, de Oscar, saiu aos 44 do segundo tempo.
Que surra.
Só no primeiro tempo, dos dez chutes a gol da Alemanha, metade passou por Julio Cesar e foi descansar no fundo da rede. O Brasil finalizou apenas duas vezes.
No segundo, o time voltou com Ramires e Paulinho no lugar de Hulk e Fernandinho. Mostrou mais empenho e mais capacidade técnica. Pararam nas mãos do goleiro Manuel Neuer, em três defesas difíceis.
Não teve um vilão dentro de campo. Até dois minutos antes da abertura do placar, o time da casa mostrava até vontade e uma postura aguerrida. Faltava técnica e capacidade de penetração na retaguarda alemã.
Luiz Felipe Scolari será crucificado, moralmente apedrejado…
Klose quebrou o recorde de Ronaldo, o Fenômeno, ao marcar seu 16º gol em copas, tornando-se o maior recordista de tentos marcados em mundiais. A elasticidade do placar foi inédita. Nunca um time abriu, antes dos 30 da etapa inicial, 5 x 0. Para piorar, a seleção alemã passou a brasileira como equipe que mais marcou gols na história das copas, 221 a 220.
Para a história das Copas, uma partida memorável. Para os brasileiros, um pesadelo impossível de ser esquecido. Quem imaginava passar vergonha na Copa por problemas de fora do campo não esperava passar um apuro desses dentro do gramado.